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Quer comprar uma casa? 8 estratégias a adoptar durante as negociações

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Faça o trabalho de casa e apresente uma proposta profissional

Se está a comprar uma casa pela primeira vez é normal que não saiba qual a informação que deve prestar ao vendedor para este considerar a sua proposta. Mas isto é uma coisa básica e você não quer criar uma primeira impressão de amador, portanto prepare-se e informe-se sobre aquilo que deve apresentar no contrato promessa de compra e venda (CPVC). 

Quanto melhor estruturada estiver a sua proposta, maior é a probabilidade de o vendedor considerar a sua proposta e compará-la com outras. Assim, os tópicos que não podem faltar na sua CPVC  são os seguintes:

  • Valor global do negócio – valor de aquisição proposto 
  • Valor do sinal – valor de entrada que irá entregar com assinatura do CPVC 
  • Prazo para realizar o CPVC – nº de dias que precisa até conseguir assinar o CPVC 
  • Prazo para a escritura – após a assinatura do CPVC, definir qual o nº de dias necessários até à realização da escritura
  • Contingências – Se a proposta/CPVC está dependente de alguma ação/evento externo  
  • Forma de pagamento – indicar se o negócio de irá fazer a pronto pagamento, com recurso a financiamento bancário ou de outra forma

Tenha uma estratégia e mantenha-se fiel à mesma: defina um valor máximo

O risco de não definir claramente os valor até onde está disposto a ir na compra de uma casa, é sentir-se perdido, desorientado e sem saber o que fazer. Em suma, é o risco de fazer um mau negócio ou de perder um bom. Assim prepare-se e antes de apresentar uma proposta ao comprador pense nos seguintes aspetos: 

  • Qual o valor máximo que pode dar pela casa (não se esqueça de calcular esse valor tendo em conta todos os impostos)
  • Quanto dinheiro conta poder dar de sinal?
  • Consegue ser flexível com os prazos de aquisição?
  • No caso de existirem contingências, consegue geri-las à parte, de forma a não interferirem na negociação   

Assim, quando for negociar com o vendedor, se este lhe apresentar uma contraproposta, rapidamente consegue verificar se está dentro dos parâmetros que definiu e até que ponto pode alterar a proposta inicial. O facto de não hesitar e de apresentar rapidamente uma proposta, mostra que está preparado, o que lhe pode permitir ganhar pontos aos olhos do vendedor. 

Nota: nem todos os vendedores são iguais, uns valorizam mais o dinheiro de entrada, outros o prazo para saída, outros o valor global do negócio. Tente perceber, de forma subtil, qual é o caso do vendedor com que está a lidar.

Não espera mais de 48 horas para fazer uma proposta

Se você já tem um plano, já sabe qual o seu valor máximo que está disposto a pagar e já sabe o tipo de casa que está à procura, assim como as localizações que lhe interessam, quando encontrar o negócio que satisfaz as suas necessidades não espere uma semana para apresentar uma proposta! Apresente o mais rápido possível: a nossa sugestão é que o faça nas 48 horas seguintes a visitar o imóvel. Há duas grandes vantagens em fazer isto:

  • O vendedor olha para si como uma pessoa séria e comprometida
  • Diminui a probabilidade de o vendedor receber uma outra proposta mais vantajosa do ponto de vista financeiro

No meio é que está a virtude

É muito comum que o valor inicial que pede ao vendedor esteja abaixo daquilo que este pretende e que a contraproposta que este lhe faz esteja acima daquilo que pretende. Portanto, o que deve fazer é tentar chegar a um meio termo que satisfaça ambas as partes.

E mesmo que a proposta inicial do vendedor já esteja dentro dos seus parâmetros, poderá ainda assim ponderar tentar reduzir o preço, mas cuidado, não demasiado. É importante fazer uma avaliação do risco, porque uma proposta demasiado ousada, pode ter sérias implicações na negociação, com o vendedor a vê-lo como uma pessoa pouco séria. 

Aconselhamos-lhe a aumentar o valor global, dentro do bom senso, de forma a atingir o seu objetivo. Isto será olhado pelo vendedor como uma vitória moral.

Se não quiser/puder aumentar o valor global, pondere aumentar o sinal

Outra hipótese quando já não consegue / quer aumentar mais o valor global, passa por aumentar o valor da entrada, também conhecido com sinal.

Esta estratégia é especialmente eficaz no caso do proprietário ter uma necessidade de curto prazo – exemplo: ter dívidas urgentes para pagar. 

Para além disso, quanto maior o sinal maior é o compromisso e, portanto, menor é a percepção de risco.  

Por último, um sinal elevado pode ainda servir de critério de desempate caso o vendedor tenha outra proposta no mesmo valor, mas com um sinal inferior. 

Sinal sugerido: 10% – 15% do valor total (obviamente que se tiver capacidade para aumentar entre os 20% – 30% isso irá definitivamente captar a atenção do vendedor) 

Prazos para a escritura: flexibilidade é a chave

Na escolha do prazo a definir para a escritura, deve tentar perceber ao tipo de vendedor que tem à frente, ou seja, qual a razão da venda, de forma a ajustar a sua proposta às necessidades do vendedor. 

Dito isto há obviamente uma tendência dos vendedores preferirem um prazo curto para a escritura – até 30 dias. No entanto, isto só será possível obter se for comprar a casa a pronto. Se fizer como a maioria das pessoas e recorrer a crédito bancário, deverá pedir entre 60 a 90 dias. 

No entanto, imagine que o proprietário ainda não arranjou sítio para onde ir depois de vender a casa, acha que faz sentido apresentar um prazo curto? Claro que não. Nesta situação é muito provável que o vendedor prefira uma proposta em que seja possível alargar o prazo, para 120180 dias. 

Relembre-se: adapte-se, dentro do possível, às necessidades do vendedor, sem obviamente comprometer a sua estratégia. 

saiba como gerir as contigências externas

Por vezes há acontecimentos externos ao negócio, que podem influenciar o desfecho final do contrato. Quando esta contingência se verifica do do seu lado, o vendedor costuma torcer o nariz. Porquê? Porque caso essa contingência resulte numa situação de incumprimento, o CPVC pode voltar atrás com a devolução do sinal. 

Alguns exemplos de contingências mais comuns são:

  • Aprovação do crédito bancário
  • Avaliação do imóvel
  • Necessidade de vender a casa atual (do comprador) 
  • Legalizar uma área específica do imóvel (ex: arrecadação)
  • Conseguir transferir parte do dinheiro de outro país (para conseguir comprar a casa)
  • Ter a situação de condomínio regularizada 
  • Realizar arranjos no imóvel  

O nosso conselho é que tente evitar ao máximo impor estas contingência, como condição necessária, para que o negócio se realize.

Por exemplo, no caso de necessitar de financiamento bancário, deve primeiro tentar falar com alguns bancos para saber quais as condições que o mercado lhe dá e fechar uma aprovação de crédito, para que na hora de fechar negócio não tenha qualquer tipo de contingência, que lhe obrigue a pedir um CPVC mais prolongado. Um dos aspetos mais importantes durante esta análise e negociação com os bancos é a taxa de spread. 

É crucial que esta aprovação seja feita antecipadamente, porque vai fazer com que a estratégia e parâmetros (valor máximo) adoptados por si sejam mais realistas, ou seja, ao saber ao certo quanto é que o banco lhe empresta, pode ser mais preciso no valor máximo que está disposto a pagar, e portanto ser mais assertivo e coerente durante as negociações. Não o fazer, pode levá-lo a aceitar uma proposta que mais tarde percebe que não consegue pagar. 

e por último... esqueça a máxima never give up

Ao contrário do que muitas vezes se diz, por vezes desistir é mesmo a melhor solução. Mas é desistir para seguir em frente sem olhar para trás, sabendo que já não há nada que possa fazer para chegar ao valor que pretende e pode pagar. 

Assim, se já esgotou todas as suas abordagens e estratégias e ainda assim não conseguiu um acordo com o proprietário, então talvez esteja na altura de seguir para outra. Acredite, saber abandonar uma negociação é um sinal de perspicácia, que nem todas as pessoas conseguem ter e que muitas vezes as leva a tomarem decisões sobre pressão, o que origina, invariavelmente, más decisões. 

Acreditamos que estas dicas o vão ajudar bastante na próxima vez que estiver à procura de casa: relembre-se, o melhor improviso é a preparação e desenvolvimento de uma estratégia. 

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